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central de tortura DOPS Porto Alegre |
Lilian C, uma professora uruguaia, nascida em Blanquillo no ano de 1949, feminista e ativista de esquerda, que depois de passar pelo exílio em Milão, na Itália, deu o azar de estar em Porto Alegre em 1978 quando policiais brasileiros e militares do exército Uruguaio, a sequestraram com seus dois filhos e o amigo, Universindo Diaz.
Era o auge da Operação Condor, uma campanha promovida pela CIA de repressão politica e terror de Estado, que envolveu muitos sequestros e mortes de opositores dos regimes de direita que predominavam na América Latina na década de 70/80.
Soube depois de muitos anos que os militantes uruguaios foram ajudados por um dos frequetadores do Café Rian, o baixinho, quem poderia desconfiar que aquela figura sem expressão, barrigudinho e calvo, era um assíduo visitante do centro clandestino de tortura do Cone Sul, a casa da rua Santo Antonio, 600. Segundo consta nos registros do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH) Silvério Lobo, o Baixinho, era ex agente do "Dopinho", o famoso duas caras.
Pois os comentários no "Café" iam além das simples conjecturas, apontavam para Baixinho como o reponsável pelo emprestimo do apartamento 101 da rua Botafogo, no bairro Menino Deus, á Lilian e Universindo. Até hoje as dúvidas permanecem.
Dizem que a casa da rua Santo Antonio parou de funcionar
depois que o corpo do ex-sargento militar Manoel Raimundo Soares foi encontrado, em setembro de 1966. Ele era contrário ao golpe militar, e foi barbaramente torturado no casarão por 28 militares e agentes da segurança, durante 152 dias, a mando do major Luiz Carlos Menna Barreto. O corpo foi encontrado nas águas do rio Guaiba com evidências da tortura e as mãos amarradas... Mas este era apenas mais um, entre centenas de boatos que circulavam pelos balcões do Café Rian... Nosso amigo Nilo talvez tivesse razão, operação OBAN efetivamente existia...